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segunda-feira, dezembro 12, 2005
 

A TALE OF TWO CITIES

Estereótipos não são um mal necessário. Eles são bons.

Estereótipos não são simples criações do pensamento dominante para escravizar nossas pobres mentes em formas de pensar incrivelmente limitadas. São uma estratégia inerente ao nosos intelecto para organizar a informação que nos é bombardeada pelos cinco sentidos de forma que possamos pensar adiante.

Se os estereótipos fossem tão ruins assim, porque todo o pensamento científico se baseia neles? Classificar é uma tarefa que não apenas nos acostumamos a realizar, mas simplesmente não poderíamos ter descido das árvores (ou saído das cavernas, ou sei-lá-onde fomos parar depois da expulsão do Jardim do Éden, conforme queira sua teoria da evolução) sem ela. Não se trata apenas de quente ou frio, presa ou predador. Estou falando de: polar ou apolar? Metal ou não-metal? Mamífero, peixe, ave, réptil, anfíbio, artrópode, bactéria, vírus?

Imagino o contra-argumento: tipos servem para objetos das ciências naturais, não para gente. Afinal, seres humanos são infinitamente complexos, bem como suas atividades.

Mas e os tais tipos ideais? Como ficaria a Sociologia sem eles? Quase toda a literatura em Relações Internacionais pode ser traçada diretamente a estereótipos - o estereótipo do Estado maximizador de segurança, o estereótipo do monopólio da volência legítima (e os Estados falidos?), o estereótipo do hegêmona, etc.

Será que dá para construir Literatura ou qualquer ficção sem arquétipos? Francamente, por mais que você tenha visto filmes que tenham tido um final "surpreendente": algum dos personagens é realmente one of its kind?

Você pode achar horrendo alguém falando na terceira pessoa usando os mais clichéticos adjetivos. Mas você consegue se imaginar descrevendo alguém sem recorrer a um único estereótipo? Um único tipo ideal, inda que uma criação da Lídia - pitboy, patricinha, nerd, everyman, geek, vampiro da Savassi, etc.?

Talvez a resposta esteja no fato de que nós não conseguimos entender nada sem tipos ideais, sem arquétipos. É difícil para nós apreender alguma coisa que não se encaixe em receptores de informação - é como se só pudéssemos entender quando o pedaço de informação é compatível com algo que já existe na nossa cabeça.

Isto é claro nunca elimina a hipótese de que os estereótipos sejam criativos. E não, nessa frase não cabe um "pasmem" ou "paradoxalmente" porque não há nada muito fora do óbvio:

estereótipos não são fenômenos da natureza per se. Um dia alguém criou o primeiro estereótipo. Por mais que sejam lapidados por ação inter-subjetiva (à boca pequena, tudo funciona como a Wikipedia), um dia alguém foi o primeiro. (e aqui dá vontade de falar um palavrão: poxa!)

Nada impede a criação de novos estereótipos.

Adicionalmente, os tipos não repelem a unicidade individual especial e única do indivíduo especial em seu modo de ser¹. Apenas nos fazem atentar para certas características. O que disto diferir, em vez de ser simplesmente cateogrizado de fora do rótulo ou esquisito, pode simplesmente realçar o quão, na verdade, o ser em questão é cool.

Cool - o quê, conforme nos ensina o terrível corruptor e membro da Lídia, Quentin Tarantino, está restrito a balas, espadas, palavrões, e óculos escuros.

***

Hoje, aniversário da minha cidade, parto por alguns dias para outra.

***

Sem tempo para postar mais três idéias. Fica para a próxima.

Em tempo: o Saudoso Professor Vetusto Douto foi citado em uma autêntica prova de Direito. Só pra informar.

Ah: O Natal... está chegando...
 

Peixes:
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