Doidimais Corporation
EGITO
Hoje vou falar da minha testa.
Parece um tanto quanto egoísta, mas afinal de contas eu escrevo é pra mim (se publico na rede mundial de computadores é na base d´"o que vier é lucro"¹) , e vocês não precisam ler (olha que prepotência, eu escrevendo no plural). Vou falar da minha testa, pronto.
Não, não vou falar de uma
festa que eu dei e você está lendo errado. Não sou socialáite² - embora, para meu embaraço, quando criança tive uma época em que, ao ser perguntado o que [quer]ia ser quando crescer, respondia "socialáite multimilionário", justamente porque este era, em uma revista, o campo "ocupação" na ficha do Batman. Tem gente que fala de olhos, de boca, de seios, enfim (se não dos próprios, fala das partes de outrem). Eu vou falar de testa. A minha, no caso.
Ilustríssimos,
Minha testa é parte integrante de minha identidade visual. Em minhas melhores fotos, lá está ela³, estampada. Em algumas fotos especialmente boas, ela se encontra curvada, acompanhando a inclinação da cabeça, não raro exibindo inúmeras espinhas, às vezes servindo de suporte para uma modesta franja que se movimenta. Não há Cedê sem testa, e certamente, se há um Zimba, ele também dela depende.
Por dezenove anos, minha testa acompanhou-me imaculada. Embora os olhos logo abaixo dela tenham visto muitas coisas ruborizadoras, a testa nunca foi fonte de maior preocupação, nem palco ou alvo de nada demais. Com minha testa de sempre, sinal inabalável de minha futura calvície e alvo de ridicularizações sobre seu gigantesco tamanho, passei minha infância, entrei no colégio, participei de meu primeiro modelo, tive meu primeiro beijo, fiz meu discurso de formatura, passei no vestibular, fui a festas, saí do Brasil e voltei, visitei inúmeras cidades, fui ao show do DJ Tiësto, escrevi milhares de textos, fundei o DOIDIMAIS CORPORATION (não necessariamente nessa ordem!!). Por dezenove anos minha testa me acompanhou, sem maiores percalços (à ela, porque eu sofri até bastante nesse caminho todo), limpa e lisa na medida do possível.
Mas isso agora acabou.
Na madrugada de sábado para domingo último, bati a cabeça numa placa.
Ninguém acredita quando eu conto. O que não seria tão ruim se a pergunta "o quê aconteceu?" não fosse de longe a mais repetida para mim nas últimas sessenta horas
or so, pergunta essa acompanhada sempre de um dedo indicador ou ao menos um olhar bem incisivo acima de meus olhos - como se já não fosse óbvio o bastante
sobre o quê é a pergunta.
Meus caríssimos, meus ilustríssimos e meus excelentíssimos,
Andando distraído num estacionamento à saída de um show, bati a cabeça numa placa em Brasília. Minha marca não é a da violência, a do narcotismo, a do trânsito nem a da falta de civilidade. É a da mais pura distração (ou não: veja mais abaixo). Senhoras e senhores, damas e cavalheiros, autoridade presentes, ´fessoras e ´fessores, caros universitários, prezados amigos, excelsos jornalistas, ilustríssimos ministros, diretores executivos e delegados, representantes do mundo - bati a cabeça numa placa. Eu não tenho orgulho disso nem faz parte da política externa de nenhuma das inúmeras instituições para as quais trabalho ou estudo, mas é a verdade e a verdade tem que ser dita na cara. Porque se não for, a testa irá testemunhar em contrário.
Sirs and Madams, brothers and sisters,
Juro que, em todas as visões de meu futuro - das mais ambiciosas às mais apocalítpicas, das mais insanas às mais bucólicas - sempre me vi com uma testa sem grandes marcas. Talvez rugas, talvez um olhar de velho maluco - mas fosse como Presidente do Brasil, diplomata, jornalista da última página da VEJA, fotógrafo da Playboy, astronauta, DJ, cientista, arqueólogo, roadie do Underdog, marido da Daniela Sarahyba ou socialáite multimilionário (dentre muitos outros), o Cedê/Fred/Zimba do futuro era sempre um cara com uma testa imaculada. Esta visão, salvo a possiblidade de que a cicatrização humana seja tão boa quanto o sr. Cardoso Mendes quer me fazer crer, deve ser revista pela adição, no grande Photosop mental, de uma cicatriz na testa.
Inspiradíssimos,
Queira o Destino que quando pessoas que acabaram de me conhecer, ao conversarem entre si sobre mim em minha ausência, não digam coisas do tipo: "não lembra? aquele com a marca na testa" em vez de usarem como lembrete algo que eu tenha dito ou feito.
Queira o Destino que a marca seja apenas uma marca, e não passe
a priori uma impressão de pena, nem de medo nem de rejeição, ou qualquer outra.
My dearest, my fondest, Neste exato momento em que escrevo (o que não quer dizer que você lerá os parágrafos na mesma ordem em que foram escritos, nem que eles estejam dispostos na mesma ordem em que foram escritos, o que são duas coisas muito diferentes) ouço
Saturday Night pela primeira vez depois do acidente. Tudo agora será assim: tudo terá uma primeira vez depois da placa. Sem guardar as devidas proporções - pois não faço idéia de quais sejam - imagino que assim seja para alguém que sofre um acidente mais grave, quebra algo, talvez para sempre. Viver a vida toda de novo.
Já tenho uma cicatriz com a qual não tenho problemas, no lado direito do peito. Mas essa dá pra esconder em qualquer lugar que não se chame "praia", "piscina", ou "clube", e ademais raramente é notada. Agora é tudo diferente. Sei que só irão entender a conclusão aqueles que conhecem toda história, mas a verdade é esta:
Carrego na testa a marca de minha libido.
¹
Que inovação, apóstrofe e aspas ao mesmo tempo! Essa nem a SINUS fazia!*
²
À moda de Millôr Fernandes. Que para a felicidade do mundo voltou à VEJA já faz algum tempo.³
Sem perceber, escrevi isto, que é uma grande babaquice. Leiam de novo e vão entender porquê.*
Isto foi só uma provocação.
Peixes:
ITÁLIA(
ao som de Stereo Total - L´amour a Trois)
Quando um país se destaca em minha biografia, vira título de post. Pois então. Recentemente reecontrei duas pessoas que tem certa ligação com a Itália - uma mais prazerosamente que outra - e eis ela (a bandeira) aí. A Itália tem tido considerável influência nos últimos sete dias.
Porém, a imagem da bandeira da Itália não poderia ficar sozinha no post de hoje. Pois afinal
HABEMUS HABERMAS!Todos saúdem este evento que também (assim como o encontro com certa pessoa) me fez quebrar a cara: eu e meu irmão apostamos num Papa italiano e nos demos mal. O 265º Papa é, com todo o respeito, um
chucrüten - um, como eu diria no meu excelente alemão, baita dum
oktoberfest dahrën hass folkswagën!
Saúdem o único monarca
eleito do mundo!
Moi ce que j'aimec'est faire l'amourspécialment à troisje sais c'est démodéça fait hippie completmais je le crie sur les toîtsj'aime l'amour à troisVocês não vão acreditar, mas é verdade: a melhor banda contemporânea do mundo,
The Underdog Project, esteve no Brasil há poucas semanas. Deu um show em São Paulo. E eu não fiquei sabendo a tempo!!!
Argh!
Catei dezenas de fotos na Internet do show e entrevistas que o fantástico trio deu aqui no País. Vic Krisha, AJ Duncan e DJ F.r.a.n.k. sejam louvados. E por favor, voltem ao Brasil. Não esquecendo de ME AVISAR!
moi ce que j'adorec'est les petit caresses à 4 mainssi l'un des 2 s'endortl'autre s'occupe de moiouh! voila l'amour à trois
OOooouuuuUUUuuuh... j'aime l'amour à troisIdéias eu tenho muitas, mas ando perdendo, como sempre. Depois de um post gordo um post breve, de transição. E tudo sempre muito conservador. Mais conservador que o DOIDIMAIS CORPORATION impossível. Tá no
nome do site!
Moi ce que j'aimec'est faire l'amourspécialment à troisje sais c'est démodéça fait hippie completmais je le crie sur les toîtsj'aime l'amour à troisEm tempo: quem não foi ao
Pardieiro da Dalva 2 perdeu. Eita festa boa. Foi lá que redescobri esta sensacional música, que todos vocês deveriam ter.
Como eu digo: o Papa é Pop, o Papa é Bento... mas o Chico Bento é os dois!
c'est sexy, extatique, crazy, excentrique,animal, romantique, c'est communisteOOooouuuuUUUuuuh... j'aime l'amour à troisVive l'amour à trois!
Peixes:
IT DOESN´T MATTER(
ao som de Summer Jam + I Wanna Dance With Somebody, incrível remix)
Para dar tempo de fazermos tudo, sugiro a construção de um mês entre abril e maio. Não faltam sugestões de nomes: abraio, abrail, mabril.
Mas a oferta só é válida este ano. Quem nascer nesse novo mês vai sofrer para comemorar aniversário depois.
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Descobri que 16 de abril, dentre muitas outras coisas, é "Dia do Lions". É o que diz minha agenda.
Ah, claro. Famoso Lions!
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Frases de garotas, recentemente proferidas a meu respeito (com sinceridade ou não, não sei):
"Cê é muito gostoso"
"Com você pode tudo"
E frase de calouro de Internações Relacionais, recentemente proferida, enquanto lhe falavam ao mesmo tempo sobre siglas, organizações e pessoas da CUP:
" Ah, num sei o que é essas coisas todas, DCE, DA, CeDê..."
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Novo livro de D&D: "Frestas & Brechas"
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Chega, meus caros.
Chega de usar aquela palavrinha com "m" que é bode expiatório pra tudo. Mas da mesma forma, cansa um pouco sempre ter que explicar o que é
raça jornalista.
Assim, agora falaremos que é tudo culpa da
Lídia.
Rima, muda-se só uma palavra, e - afinal de contas - tanto faz botar a culpa em uma ou na outra, o argumento é falso do mesmo jeito.
A culpa é da Lídia!
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O guevarismo na FAFICH não tem limites.
Minha professora de Teoria da Comunicação recentemente disse: "(...) é, o Papa foi contra a guerra no Iraque, defendeu a paz e a vida, viajou muito, mas
em compensação foi contra o comunismo (...)".
Será que ela já consultou algum polonês a respeito?
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Falando em Teorias da Comunicação, notei um paralelismo extraordinário entre esta matéria e as teorias de Internações Relacionais. Ambos os campos teóricos têm raízes em gregos, ambos só tiveram consolidação no século XX, a consolidação de ambos deu-se com base em grandes problemas novos (o surgimento do rádio e TV / as Guerras Mundiais), ambos iniciaram-se com escolas de pensamento exageradas e utópicas, ambos tiveram suas épocas de publicar trabalhos sob forte influência do behaviorismo, ambos tiveram seus grandes- sistematizadores-que -sempre- são- citados ( Shannon e Weaver para Comunicação, Waltz para IR), ambos inauguraram cursos de graduação há poucas décadas, ambos sofrem de múltiplos paradigmas, ambos têm suas escolas morxistas, ambos debatem o papel do positivismo em suas pesquisas, ambos ainda lutam pela aceitação como ciência.
As Teorias da Comunicação e as Teorias das Internações Relacionais apresentam incríveis paralelos, que podem muito bem culminar numa belíssima monografia.
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ADORO ser o único aluno de Internações Relacionais numa sala de Comunicação.
Ao falar dos alemães na primeira metade do século XX, o professor disse:
"´Vão partir de novo que desta vez a gente vence!"
Ao ouvir isso, disparei uma boa gargalhada. Sozinho.
Ninguém mais na sala riu da piadinha.
Peixes:
OH KAROL "The Holy Land needs bridges, not walls."
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As pessoas evitam o 1º de abril. É um tabu, é uma coisa indesejada. Um elefante branco.
A Segunda Ditadura, por exemplo. Para os militares, ela começa em 31 de março de 1964. Nem um pouquinho depois. Mas para os guevaristas, ela começa em 1º de abril de 1964.
Observe nas revistas, jornais, artigos, textos diversos. Esta diferença não é artificial não. Ela existe mesmo. E com certeza não é à toa.
Aí fica aquela dúvida que nós, ateus hereges, podemos manifestar: será que o Papa morreu mesmo às 21:37 de 2 de abril (16:37 no horário de Brasília)? Não foi nem um pouquinho antes?
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"Not all are called to be artists in the specific sense of the term. Yet, as Genesis has it, all men and women are entrusted with the task of crafting their own life: in a certain sense, they are to make of it a work of art, a masterpiece."
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Sou partidário do ovo. O ovo, como sabemos, veio antes. A questão de quem veio primeiro não é o grande mistério da vida, como nos informa um infame cartum do Barão de Itararé. Com algumas noções secundaristas (e não secundárias) de Biologia, podemos provar que o ovo veio antes.
Era uma vez uma ancestral da galinha. A ancestral da galinha foi fecundada. O zigoto sofreu uma mutação. Deu origem a um ovo mutante. O ovo do qual nasceria a primeiríssima galinha.
Eis o mistério da fé. Esclarecido.
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"Science shines forth in all its value as a good capable of motivating our existence, as a great experience of freedom for truth, as a fundamental work of service. Through research each scientist grows as a human being and helps others to do likewise."
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As idéias retrógradas do Papa dizem respeito apenas aos seus fiéis. Mas a salvação da Polônia e o combate ao Socialismo são de valor para toda a Humanidade. E só não reconhece isto quem defende a camisinha como mais segura que a abstinência.
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"Faced with today's problems and disappointments, many people will try to escape from their responsibility. Escape in selfishness, escape in sexual pleasure, escape in drugs, escape in violence, escape in indifference and cynical attitudes. I propose to you the option of love, which is the opposite of escape."
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Tudo o que eu queria é soberania sobre o meu quarto. Uma doutrina total de não-intervenção neste território de cerca de 16 m² (e ainda dizem que o Vaticano é o menor Estado do mundo!).
Acho que foi que assim que nasceu a idéia de soberania. Com um jovem nobre europeu que não queria interferência em seus aposentos.
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"Never again war. Never again hatred and intolerance."
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The Pope, who began his papacy when the Soviets controlled his homeland, the People's Republic of Poland, as well as the rest of the Eastern Europe, was a harsh critic of communism and offered support to those fighting for change, like the Polish
Solidarity movement. Soviet leader Mikhail Gorbachev once said the collapse of the Iron Curtain would have been impossible without John Paul II, and this view is shared by many people of the post-Soviet states, who view him, as well as Ronald Reagan, as the heroes responsible for bringing an end to the communist tyranny.***
"I came for you. Now you have come to me. And I thank you."
Peixes: