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segunda-feira, junho 27, 2005
 

BOMBANDO!

Situação ruim na verdade abaixa o crime, em vez de aumentar. Quando o negócio tá osso mesmo, nem arma as pessoas conseguem comprar.

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´Tem um episódio de Simpsons no qual vemos um futuro não muito distante mas bastante sombrio: no lugar de árvores de verdade temos hologramas, robôs malucos caminham sobre a terra, e o ensino público é inteiramente dominado por anúncios. Aulas de matemática são dadas assim: "se tiverem três Pepsis e tomarem duas... o quanto irão se refrescar?"

Mas pensando bem, até que não é uma idéia ruim. Patrocínios seriam uma excelente forma de revitalizar o ensino público. E sinceramente, nenhuma publicidade pode ser pior do que o sufocante e hegemônico projeto gramsciano de politização do ensino.

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Sustento há tempos¹ que os guevaristas tem muita saudade da Segunda Ditadura, mesmo os que eram jovens demais para entender o que estava acontecendo (os filhos dos anos 80). Num texto de Política II que li recentemente, achei o perfeito modelo teórico para pôr em palavras o que eu antes apenas sentia: grupos², criados com determinados objetivos, derivam suas identidades desses objetivos - e seus membros têm grande satisfação em participar deles, visto que servem para situá-los no mundo e conferir-lhes uma sensação de importância. Quando as circunstâncias mudam a ponto de que os objetivos do grupo deixam de fazer sentido, não ocorre uma dissolução imediata dele: pelo contrário, cria-se uma resistência com vistas manter o problema mesmo que motivava a sua existência. Como argumentam Rubin, Pruitt e Kim, o comitê de greve estudantil da University of New York dava significado e status para centenas de estudantes que estariam de outra forma presos à rotina de ir a aulas e preparar-se para provas. Estes alunos tinham um interesse oculto em manter o comitê funcionando, e, portanto, um interesse oculto na continuação da crise.

Da mesma forma, os líderes militares japoneses que atacaram Pearl Harbor não o fizeram realmente por uma decisão estratégica. Eles sabiam que o que estavam fazendo era extremamente arriscado. Mas estes líderes haviam conquistado suas posições por causa da grande importância para os japoneses da guerra que eles estavam a levar na China e na Indochina. Em 1941 (ano do ataque ao Havaí), os EUA começaram a bloquear o transporte de petróleo a partir do que hoje chamamos Indonésia, o que tornou difícil para o Japão continuar o esforço de guerra. Se a guerra parasse por aí, esses almirantes e generais não teriam tanto mais a fazer. Para manter suas posições, arriscaram o futuro do país numa guerra com ninguém menos que Roosevelt. Arriscaram, e, como todos sabem, perderam feio. MUITO feio.

Assim, não é de se surpreender que exista muita mais saudade da Ditadura entre os guevaristas faficheiros do que entre as famílias Castelo Branco ou Médici. Completamente cegos pela doutrinação esquerdista que receberam na escola e continuam recebendo na Universidade, sempre com a mais firme³ convicção de que o que recebem são debates equilibrados, os guevaristas não concebem uma posição no mundo que não seja altamente politizada. Separam tudo entre o que é revolucionário e o que é reacionário - mas sempre rejeitando o maniqueísmo. Trata-se de muita letargia: pois equivale a dizer: "não devemos separar as coisas entre boas e ruins. Mas que o maniqueísmo é ruim, é!"

Como não podem, como fizeram seus professores e mentores, olhar para a terra da felicidade que era a URSS, os guevaristas rasgam elogios a Cuba - um raio de paiseco que não tem nada a nos ensinar, porque Chile, Costa Rica e "até" a Argentina são mais desenvolvidos que a ilha de Ruz, sem para isso terem que continuar suas ditaduras até hoje: enquanto a redemocratização há anos espalhou-se pelo continente, na ilhota ainda sobrevive o paredón.

Paralisados, sufocados, desnorteados (ou dessulizados, porque têm mania de Sul-Sul), só resta mesmo aos guevaristas curtir a vida no bem-bom, promover encontros em Porto Alegre e sentir no peito aquela angústia nostálgica de saudades da Ditadura.

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Sim, o texto full-fledged é sintoma de tempo extra. Aleluia!

Em tempo: assistam Batman Begins. A conclusão, para os que têm que levar todo filme para a realidade imediatamente aplicável (os idiotas) é uma só: precisamos de um herói mascarado em Brasília.

E outro em São Paulo, Rio, BH, Vitória, Salvador (esse ia dar umas porradas naquele gordo!), São Luís, Santo André, Ouro Preto, Porto Alegre, Cubatão, Lafaiete...


¹ Eu ia escrever "sempre sustentei", mas não seria verdade.

² Eu ia escrever "grupos sociais", mas como detesto o adjetivo "social", preferi evitar. Imagino que o propósito da frase não tenha sido prejudicado por isto.

³ Eu ia escrever "mais pura conviccção", mas evidentemente estamos diante de uma convicção que nada tem de "pura", a não ser talvez pura babaquice.
 

Peixes:
Comments:
Já diria Jack Estripador, "vamos por partes".

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Sobre a relação inversa entre criminalidade e porte de armas, sabemos dedutivamente e empiricamente que é o caso. Mas no caso mencionado, como sabemos que "o negócio tá osso" pode ser atribuído ao intervencionismo na economia, e sendo que o intervencionismo envolve expropriação da propriedade (logo, crime), o outro lado da moeda se manifesta no mínimo equilibrando a nossa conhecida causalidade supracitada. A questão é definir "crime". Para mim, se o Estado espolia a propriedade, então é "crime".

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O melhor mesmo para tirar o ensino público da crise de grana e de qualidade é desestatizá-lo, o que não necessariamente significa que ele será totalmente assumido pelo mercado. Que se faça como antigamente, quando instituições religiosas ou não bancavam os estudos dos mais pobres. Mas fato é que "não há almoço grátis" e essa história de "cupons" também não funciona pelo mesmo motivo.

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Os Japoneses eram socialistas, Roosevelt também, Getúlio idem, Hitler e Mussolini igualmente e Churchill e Stalin, nem se fala! Oh! Houve guerra entre eles! Curioso...

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Batman é um exemplo clássico de produção privada da defesa. Sendo o Estado o monopolista da coerção e da compulsão, coeteris paribus, o serviço provido (segurança, no caso) será de uma qualidade inferior à de concorrência, e o preço será mais alto. Para piorar, todos são obrigados a pagar (impostos). Assim, para corrigir essas "falhas de Estado", surgem instâncias da sociedade (Batman) ou do mercado (Emive), ou o próprio "povo em armas" pode lutar pela secessão. Aliás, já é chegada a hora de alguém propor isso.
 
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