NUMBËR ONË!!
Para os amantes de
rótulos, é mistura de trance com house. Para os amantes de
música, uma experiência delirante, alucinante, frenetizante. Sem absolutamente nenhuma droga, álcool ou energético de qualquer espécie, a música de DJ Tiësto nos leva pra outros mundos. Nosso corpo insiste em responder de acordo com os ritmos, batidas, vozes, vibrações e demais efeitos que fluem incessantes de seus movimentos no palco - ele quase nunca pára pra simplesmente ouvir o que faz ou ver a platéia que lhe lança um sem-número de gestos, cartazes e camisetas: está sempre mexendo em alguma coisa naqueles equipamentos todos. Quase sempre sorrindo, consegue várias vezes a façanha de, tendo nós cansados e abatidos pela alta hora e pelas danças anteriores, suados ( e ele nos mantém suados o suficiente para não precisar ir ao banheiro, aconteceu comigo) e mal nos mantendo de pé, lançar uma boa dose de energia com uma batida inesperada, um surto de notas eletrônicas, um refrão especialmente
catchy, uma voz que canta algo bonito.
Bem perto do palco, tendo conseguido finalmente um lugar para dançar que não fosse (muito) incomodado por pessoas passando (era uma multidão louca e ensandecida), olhei para trás durante um momento especialmente musical e vi que a multidão inteira também vibrava naquela sintonia. Eu
viajo muito com música, principalmente com música eletrônica, que pra mim é como arte abstrata: em vez de ver um quadro com tudo bem caracterizado, ou ouvir uma letra que expressa algo bem definido, os sons eletrônicos contam uma história grandiosa demais para ser expressa em palavras. E essa história estava lá, sendo gloriosamente narrada por centenas de pessoas alucinadas (a imensa maioria contou também com álcool e drogas, admito) dançando freneticamente e um maestro holandês que também não parava de agitar suas batutas eletrônicas.
A experiência, infelizmente, não pode ser reduzida na rigidez de emepetreizes¹, que sempre serão iguais toda vez que apertarmos
play. Mas elas podem ainda guardar resquícios de uma das mais fascinantes, envolventes, alucinantes e sufocantes experiências que existem.
***
Se tinha Underdog?
Bem, Tiësto não precisou disso para manter todo mundo se mexendo. Mas sabe que durante o
chill out do quarto DJ (Tiësto foi o terceiro e tocou entre as três e seis e meia, mais ou menos; não tenho noção exata nenhuma dos horários) eu ouvi um "This is..." repetido várias vezes que me soou bem familiar?
Não entendi exatamente porque o céu através do vidro do Maristão estava tão cinzento... as coisas foram se encaixar às 8 da manhã, quando a festa, afinal, acabou.
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Ahn? É claro que ajudou o fato de lá ter tido muitas garotas atraentes e d´eu ter recebido um beijo (na bochecha, pessoal!) de uma muito legal. Mas isso são extras.
¹
Royalties deste neologismo espetacular vão pro Fábio.
Peixes: