O QUE A MÚSICA NÃO FAZ COM O HUMOR DE UMA PESSOA?
- Ao som de Underdog Project- Saturday Night
Every wicked minute, I sit here thinkin´ of you
I can´t wait to get in it, I´m waitin´ for the week to be trough
Será que as pessoas não vêm a significância e a beleza de tudo? O padrão que emerge do caos?
Saturday is the only day I wake up thinkin´ bout
´Cuz any other day is just another day no doubt
Em um post anterior, discuti sobre a gradual e perigosa mudança da linha editorial deste blog, de um depósito de textos de alcance universal para uma reles seqüencia de textos autobiográficos. Um maldito diarinho online.
´Cuz everytime I think about you thoughts go trough my mind
And everybody is working for the weekend
Pois bem, ontem uma série de eventos (somados a alguma reflexão) despertou em mim uma abordagem diferente.
Everything is on my mind on saturday night
Do knock out all my fellows with their honeys by my side
Ontem acordei cedo para ir à CUP. Passei a manhã na Empresa Júnior de Relações Internacionais, onde trabalho (*ahem*), navegando na Internet. Uma sexta-feira normal: à tarde fui à aula, tudo ocorreu normalmente. Finda a mesma, confirmo com um amigo meu, o Nelly, que vou pegar carona com ele para a festa de aniversário que vai ocorrer mais tarde. Praça da Liberdade, 21:30. Estarei lá.
O terceiro horário de sexta-feira é vago (leia-se: não tem aula), de modo que volto para a Empresa Júnior e fico ouvindo rádio. Em menos de duas horas, toca
Toxic e
Não Sei Viver sem Ter Você várias vezes, e uma música que descobri semana passada que gostei muito:
Saturday Night.
The DJ plays a record till it hits the morning light
And everythings gonna be OK, ´Cuz it´s a saturday
Na volta para casa, no terrível 4111, não consigo prestar atenção nas freqüentes paradas ou nas voltas intermináveis do trajeto. A música fica na minha cabeça, e, mandando ás favas todo o pudor, fico mexendo os braços como se tocasse bateria, sentado no ônibus. Ninguém presta atenção, nem o chateadíssimo trocador.
Ain´t thinkin `bout Monday or Tuesday or Wednesday It´s allright
Ain´t thinkin bout Thursday or Friday `cuz tonight it´s Saturday night
Não era um anúncio da festa que estava por vir. Aquele estado de espírito era algo mais - uma sensação de bem-estar, de que as coisas estão dando certo. Meu grupo de trabalho na faculdade obteve, até prova em contrário, a melhor das notas; as minhas notas em provas estão muito acima do que costumavam ser no Colégio; vou viajar para Florianópolis em breve e tenho boas expectativas. Tinha ouvido músicas legais. Ademais, era sexta-feira. Desço do ônibus e digo ao trocador: "Boa noite". Ele olha de volta mas não responde, parecia atordoado.
Every wicked hour, I think about just you right by my side
And I can´t wait much longer, wanna show you how I feel for you tonight
Chego em casa, blábláblá, vou à Praça da Liberdade pegar carona. Da minha casa até lá, a pé, deve dar uns dez minutos ou menos. No caminho passo pelo Três Corações, na Savassi.
Nunca vi tantos vampiros juntos. Eles estão se multiplicando perigosamente. Daqui a pouco vai ter mais vampiro que mortal, e eles vão morrer de fome.
Eu não sabia que a Praça da Liberdade ficava cheia de doidinhos à noite. Passei uns bons momentos lá, sentado num banco, sob a Lua, vendo aquele bando de gente fumando, andando de skate e conversando. Os papos e as frases ouvidas chegavam a ser surreais. O momento era especialmente inspirador. Tá certo, eu não tive nenhuma idéia para texto durante o mesmo, mas que foi legal foi.
Eis que a carona chega. Eu, Nelly e Bomberman demoramos mais de uma hora para achar o local. Maldito Buritis.
Saturday is the only day I wake up thinkin´ bout
Cuz any other day is just another day no doubt
A festa foi muito divertida. Tinha bolo de chocolate. Comi várias fatias. Tinha dezenas de garrafas de cerveja, para menos de vinte pessoas. Não bebi nada. Por alguns instantes, fui o DJ da festa. Peguei no KaZaA e pûs para tocar "Scatman´s World". Doidimais.
Mas o que mais me chamou a atenção na festa foi um gigantesco
stroke of luck. São já quase quatro horas da manhã, quase todo mundo foi embora. Exceto por: dois casais (um dormindo); uma garota; o dono da festa; eu; e o Bomberman. Quero ir embora e não tenho como. Então eu e Bomberman decidimos ir a pé (ele provavelmente estava bêbado; eu, como vocês sabem, nunca precisei de artifícios para tomar decisões insanas).
Pois então andamos por um bom tempo no Buritis, chegamos à Uni-BH, e subimos uma longa e sinuosa rua até à Raja, no ponto da concessionária da Audi.
Na encruzilhada, temos de seguir direções opostas. Eu tenho de ir para a direita, até o Carmo*; ele tem que ir para a esquerda, na Floresta.
Eis que um cara misterioso, com jeito de malaco, começa a se aproximar. Decidimos atravessar a Raja e pensar no que fazer do outro lado.
Mas aí do nada surge um carro e pára perto de nós... uma voz exclama "Ô viado"!. Dentro do carro, está nosso colega de facú, Igor Vidal.
"ALÁ É GRANDE!" - berrei. Eu e Bomberman entramos no carro, agradecemos entusiasticamente e pedimos para ele nos deixar no Colégio Loyola.
Do colégio, sigo a pé para casa, sob o céu estrelado, sentindo algum frio. Com a música ainda em mente, observando o cenário surreal de grandes prédios escuros e longas ruas vazias, passo em frente a um hotel e digo ao segurança do lado de fora: "Boa noite!"
Após um longo segundo pasmo, o segurança responde, com voz baixa: "Boa noite."
(
* Qualquer conotação política é mera coincidência.)
***
Não há dúvidas - a vida vale a pena demais para afogar-se em depressão. Tenho a mais absoluta certeza de que me afasto completamente de movimentos como os dos vampiros da Savassi. Mas fica a pergunta - isso se deve à minha percepção e maneira que tenho de enxergar os eventos, ou os eventos que acontecem comigo de fato me tornam mais feliz que os góticos?
Peixes: