DE CARTEIRA DE MOTORISTA, NEGUÌM, E 69
Amanhã vou fazer prova de legislação - o segundo dos três exames necessários para se tirar carteira de motorista. Não estudei nada para a prova, vou fazer isso neste domingo. E olha que hoje ainda tenho que fazer dois trabalhos para a faculdade. E enquanto isso fico escrevendo aqui, ou mandando e-mails, ou conversando no ICQ, ou redigindo meu mais novo projeto, o
Tratado de Fundologia.
Imagino que seja muito estranho para os outros o conceito de que eu me divirta redigindo um trabalho, nas normas da ABNT, sobre minha turma de amigos do colegial. É um trabalho sem fins acadêmicos. Como todos os outros textos do DOIDIMAIS CORPORATION. Mas tem capa, contracapa, fonte no tamanho certo, bibliografia, citações, tudo direitinho.
De volta ao exame: eu tenho muita experiência em dirigir. Já pilotei carros velozes, em trânsito intenso, desviando de obstáculos e ultrapassando pela direita. Já dirigi karts dentro de mansões e castelos. Já andei de moto na praia. E tudo isso sem SABER ATÉ HOJE PRA QUE SERVE EMBREAGEM.
É claro que toda minha experiência automobilística vem de
Super Mario Kart,
Grand Theft Auto - Vice City, e
F-Zero. Mas já dirijo há muitos anos e tenho milhares de quilômetros rodados, garanto. Usando só acelerador e freio - às vezes, nem esse.
***
Vi ontem
Kill Bill - Volume 1, com a Uma Thurman. ( não vou repetir aqui aquela idéia de que seria legal se eu tivesse ido ao cinema com a Uma Thurman). Recomendo a todos. É divertido e quase não tem enredo.
Tinha um cara no cinema que ficava rindo sozinho nuns momentos nada a ver - certamente tinha pegado alguma referência a um seriado antigo que ninguém conhecia.
Dois momentos que destaco do filme:
1) Logo após um sensacional desenho animado, a Uma Thurman dizendo: "But first things first. Move, big toe".
2) O fazedor de espadas escrevendo com o dedo numa janela empoeirada as letras "B,i,l,l." Quando você pensa que ele vai pôr um pingo no "i", ele faz um acento agudo, lembrando aqueles traços dos ideogramas japoneses. Aí fica
Bìll.
Eu e meu amigo Jassa saímos do cinema com a idéia de uma paródia de
Kill Bill chamada
Neguìm. Imaginemos o
trailer. Algúem falando empolgadamente:
"Aí neguìm chegou e foi, e neguìm fez e foi muito doido, ôu, o neguìm - cê precisava ver a cara do neguìm!"
A tela escurece. Aparece em letras pretas garrafais*, sobre fundo amarelo:
NEGUÌM
O título fica por alguns segundos. Então de repente voltamos à cena, desta vez focalizando o rosto do homem empolgado, falando:
"Neguìììm!"
Tela preta. Créditos. "Nos cinemas 08/12 - Um filme de Cedê Silva e Jassa Figueiredo."
***
Eu nasci na época errada. Deveria ter nascido bem antes. Digamos, em 1958. Assim já teria idade o suficiente para me divertir no revèillon mais subversivo do mundo.
Em 31 de dezembro de 1968, eu berraria ensandecidamente:
"FELIZ 69! FELIZ 69! FELIZ 69!"
(
Acho que é por isso que 1968 é considerado um ano tão importante - teve o revèillon mais engraçado de todos. Minha única esperança agora é sobreviver até 2068, quanto terei, queira o destino, 82 anos )
( *
Eita lugar comum. "Letras garrafais". Putz. )
Peixes: