KARL MORX
Acabei de ler (parte de) um texto de um tal de Raymond Aron resenhando os escritos de Karl Morx. É para minha prova de Sociologia I, amanhã.
É realmente muito fácil pensar como Morx. Basta ficar falando sem parar "luta de classes! mais valia! burguesia! exploração! capitalismo!", blábláblá.
É incrível que ainda existam morxistas, mesmo após o fracasso do socialismo, seja na Rússia, em Cuba ou na Coréia do Norte. Morxistas não apenas são pessoas sem capacidade de pensarem por si mesmos - pois ficam repetindo as palavras dum alemão barbudo que morreu 1883 - como ainda não conseguem reconhecer os erros do próprio Morx.
A apologia no texto - ou seja, a doutrinação a que somos submetidos nas universidades - é óbvia. Por várias vezes, Aron chama Morx de "gênio" e "grande homem". Adicionalmente, Morx nunca errou - qualquer falha na teoria dele é simplesmente "sujeita a interpretações".
Mas o pior é chamar Morx de cientista. Esquece Aron que o socialismo científico foi inventado por socialistas, não por cientistas.
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Outra coisa que eu tenho - opa, tenho não,
quero - falar é das influências textuais recentemente recebidas. Ando lendo blogs aqui e ali, e alguns, ao meu ver, estão influenciando meu estilo. Redigi meu livro em 2003 sob isolamento textual - eu no máximo beliscava um blog ou outro e me valia da minha dose semanal há muito indispensável de Mainardi e Toledo. Além, é claro, de dar uma olhada ocasional em Machado de Assis. Por isso, eu consegui manter em todo o livro um estilo. Dá pra pegar qualquer texto ali, tirar meu nome, e o leitor saberá que o texto é meu - desde que já tenha lido uns poucos outros. Não sei se é assim com estes fragmentos autobiográficos. A última coisa totalmente Cedê que eu produzi foi no PASCÃO, hoje:
O Efeito Maristão não é negativo. Muito pelo contrário. O Presidente da República, o Mula, esteve sob Efeito Maristão durante treze anos, até que foi eleito. No final, conseguiu atingir a fase final do desenvolvimento - virou um Lula Hall, e agora é freqüentado por bandos de pirralhos.
Só eu poderia ter escrito isso.
O que não quer dizer que seja material bom, claro.
Devo confessar que a idéia de aproximar o DOIDIMAIS CORPORATION de um diário veio d´O Grito da Girafa. Os autores me mostraram que é possível colocar num blog textos de alcance universal (tais como minhas dissertações) ao mesmo tempo em que aqui e ali inserimos doses de autobiografia.
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Paulo Esteves, um professor meu na CUP Minas, disse que culturas que não têm a palavra "saudade" no vocabulário simplesmente não sentem saudade, da mesma maneira que em cullturas poligâmicas ninguém sente ciúme.
Mas aí fica minha pergunta... nós brasileiros não temos expressão para
wishful thinking. Isso quer dizer que nós nunca fazemos
wishful thinking?
Sei não, heim.
Peixes: