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sábado, abril 17, 2004
 
DEZESSEIS DE ABRIL

( Atenção: O texto a seguir começou a ser escrito ontem, embora só tenha sido publicado hoje. Leiam- no espíríto de ontem)

Hoje foi um dia chuvoso.

Uma chuva fina não parou de cair sobre a cidade. Fraca, mas insistente.

Hoje fui à Cultura Inglesa Belvedere participar da final estadual da International Public Speaking Competition. Pela terceira vez.

Antes de anunciar o resultado, deixem-me expôr algumas considerações.

Hoje é 16 de abril. Há dois dias fui informado pelo ICQ de que 16 de abril é o aniversário uma garota que conheci na mini-ONU, ano passado. Saímos uma vez. Cinema.

Foi legal. E molhado.

Duas ironias me encontraram hoje. Indo para a PUC de manhã, notei uma placa que dizia "Rua Pará de Minas". Bem, a garota estuda no Loyola daqui...

...mas é de Pará de Minas. Adicionalmente, ela representou a Índia na mini-ONU. E o candidato que eu achava mais forte da Public Speaking Competition recebeu hoje uma pergunta a respeito de sua viagem para a... Índia.

Matei aula, para que pudesse ensaiar o discurso poucas horas antes do evento. Num andar do prédio - é aquele da Concreto, o do relógio grande - existe um grande terraço vazio. De lá, pode-se observar não apenas aqueles grandes prédios do Belvedere, mas tem-se uma visão quase que 360º de toda a Belo Horizonte.

Debaixo de uma chuva fina, em frente a uma barulhenta obra que lá embaixo usava sem parar um trator, e encarando uma movimentada avenida, eu me lembrei de Demóstenes, o maior orador de todos os tempos. Demóstenes era gago. Para vencer esse obstáculo, passou a treinar seus discursos em frente ao ruidoso mar, e ainda por cima com pedras na boca. Demóstenes treinou até que sua voz conseguisse vencer o ruído das ondas e o problema das pedras.

Claro, lembrar dele, ainda que nem de longe me comparando com o próprio, já seria arrogância demais. O defeito mais comum de apontarem em mim sempre foi "arrogante". Ganha até de "feio".

Ensaiei o discurso umas dez vezes. Não parei por me sentir seguro que o havia decorado. Parei por cansaço mesmo, preguiça.

Poucos minutos antes de começar a competição, estava eu já sentado em minha cadeira de candidato, murmurando frases do discurso mais num tom de quem solta um feitiço do que quem reza, quando fui surpreendido pela chegada de dois amigos: Bárbara e Guilherme. Eles estudam Internações Relacionais comigo. Fiquei bem feliz, admito.

Aí a competição começou. Cinco candidatos, eu incluído. Fui o quarto a falar. Me senti bem tranqüilo. Fiz gestos, falei num tom legal. Deu-me branco apenas uma vez, uma pausa de um segundo que logo recuperei. Achando que o discurso não encheria os 5 minutos, pus umas frases no meio, ficou um pouco mais espontâneo. Acabei demorando pouco mais que 5 minutos, mas não ultrapassei os 5:45, então nenhum problema aí.

Respondi às perguntas bem tranquilo. Até mesmo usei "on the other hand" na hora de responder. The Power of Proficiency!

Discursos findos, chega a hora de esperar o veredito dos juízes. Enquanto estou distraído conversando com uma das candidatas- uma garota substancialmente atraente de 16 anos que estuda no Santo Agostinho e quer fazer Direito ou Internações Relacionais - meus dois amigos conversam com minha mãe, que também estava. Assunto: eu, claro.

Veredito sai. O candidato que eu achava mais forte ganha. No big deal. A competição é para pessoas entre 16 e 20 anos. Tenho mais duas chances. Ademais, eu nunca havia me esforçado tão pouco na Competition. Nem mesmo nos dois anos anteriores.

E quando eu tento pensar em coisas como a persistência de um Lula, ou na minha fantasia de ser o primeiro a levar o título mundial para o Brasil, ou ainda em pensar se o cara só faturou porque tem 20 anos e é a última chance dele, ou na burrice que foi de eu nem ter pedido o telefone da candidata.... tudo o que eu consigo pensar mesmo são duas coisas: que está fazendo aniversário uma pessoa muito especial para mim, e que meus amigos vieram me ver na competição.
 

Peixes:
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