O BRA...ZIL
- Frederico “Cedê” Silva
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O Brasil é um país aquático, lático, oxítono e erótico. Principalmente erótico.
Todo mundo sabe que nossa imagem é a de um país erótico. Temos Carnaval com seios nus, uma literatura cheia de eventos eróticos (seja Jorge Amado ou Aluísio de Azevedo), programas de TV altamente sexuais, uma das Playboys mais vendidas do mundo- enfim. Tem gente que é contra essa isso. Quer redefinir a imagem do Brasil.
Eu não vejo por quê. Um país erótico não é nada ruim. Mesmo porque, em grande parte a imagem é falsa. O povo brasileiro também sofre de ejaculação precoce, impotência, frigidez e outras patologias. Além disso, a sociedade patriarcal é muitas vezes um tanto quanto castrante, especialmente para as garotas (por paradoxal que possa parecer)- ainda que esteja se tornando gradualmente mais liberal.
Contudo, não vejo nenhuma negatividade num país erótico, desde que ele seja também democrático, lático, aquático e não-batrático. O Brasil não é lá muito democrático, é certo; mas é quase que lático e aquático o suficiente (ou seja, garante leite e água para quase todo mundo), e poucos de nós temos problemas com sapos. O Governo Federal deveria abandonar aquele slogan que não poderia ser mais lugar-comum - “Brasil: um País de Todos”- e trocá-lo por “Brasil: um País Democrático, Aquático, Lático e Erótico”. Claro que esse novo slogan não seria verdade, mas o atual também não é!
Mas o que realmente promoveria uma imagem boa no exterior seria um sutiã. Um sutiã com o nome do Brasil. Lá nos EUA, sutiã é brassiere, mas sempre falam bra (assim como sempre falam lab, zoo, rhino, Math e todas aquelas outras coisas). Desconfio que na França falem brassiere também, mas não sei se usam o bra.
Bem, basta unir uma coisa a outra. Vamos fazer um sutiã chamado Zil. Assim, venderão lá fora o Bra Zil.
O Bra Zil seria um sucesso estrondoso. A imagem da mulher brasileira, admirada preconceituosamente pela sua beleza (ora, também temos legiões de mulheres feias, como em qualquer país do mundo em que exista álcool) no mundo inteiro, serviria como chamariz para as ávidas consumidoras. A marca Zil nem precisaria ter um produto muito diferente do já encontrado no mercado. O nome Zil seria o suficiente para que milhões de garotas vestissem a estampa por debaixo de suas camisetas e vestidos. Obviamente, tal empreitada iria requerer que o investidor também se pusesse a produzir calcinhas Zil. Não teriam o mesmo apelo, mas serviriam como fonte de lucro extra, graças ao hábito de usar lingerie que combina.
Não disse Millôr Fernandes que o Brasil não é para principiantes? Ora, o primeiro Bra Zil a gente nunca esquece.
Peixes: